Até ao final de 2021, e graças à retoma da economia, espera-se uma recuperação gradual da atividade imobiliária. As estimativas de fecho de ano apontam para mais de 2.000 milhões de euros em volume de investimento em imobiliário de rendimento, um montante que, apesar de tudo, representa uma quebra na ordem dos 27% face a 2020 – um dos melhores anos de sempre para o setor, apesar da pandemia.

As perspetivas para o próximo ano apontam para um regresso a níveis pré-pandemia, e espera-se que o volume de investimento volte a alcançar os 3.000 milhões.
As perspetivas para o próximo ano apontam para uma retoma da atividade de investimento para níveis pré-pandemia, sendo já hoje identificáveis cerca de 1.800 milhões de negócios em diversas fases de negociação. É de destacar o portefólio de unidades hoteleiras gerido pela ECS, aos quais poderão acrescer perto de 900 milhões em transações atualmente suspensas mas com possibilidade de conclusão até 2022. Desta forma, e face à cada vez maior presença de operações ‘off market’, é possível que se voltem a atingir volumes de investimento próximos dos 3.000 milhões.
Os primeiros meses de 2021 foram desafiantes para o mercado imobiliário nacional, em consequência do contínuo impacto negativo da crise pandémica que contribuiu para uma maior cautela por parte da procura. Ainda assim, apesar de as restrições à circulação no início do ano terem dificultado a concretização de negócios, o sentimento geral é de uma expectativa de recuperação gradual do mercado, suportada pela evolução positiva da economia.
Até agora, foram investidos 1.130 milhões no imobiliário nacional. À semelhança dos anos anteriores, manteve-se o peso relevante das transações de grande dimensão, com os três maiores negócios a representar 37% do volume investido e o capital estrangeiro a dominar a atividade do mercado, sendo responsável por 72% do volume total registado. Em causa está a venda de 15 edifícios na Quinta da Fonte, por cerca de 130 milhões de euros, a venda do portefólio da Navigator por 120 milhões, e dos hotéis Tivoli Marina e Tivoli Carvoeiro, por 148 milhões de euros.
Os setores alternativos, afirmam-se cada vez mais junto dos investidores institucionais, tendo sido responsáveis por 16% do total investido, influenciado pela transação de um portfólio de ativos residenciais. A fraca atratividade dos ativos de retalho ficou evidenciada pela segunda mais baixa alocação de capital da última década (10%); e o peso diminuto de Industrial & Logística (3%) continua a ser justificado pela escassez de produto de qualidade disponível para venda, não dando desta forma resposta à elevada procura, indica a consultora.
A resolução gradual da situação pandémica deverá continuar a contribuir para uma manutenção do interesse no mercado nacional, com os principais players a reconhecerem por um lado a boa resposta que o país tem tido face à pandemia, e por outro a serem pressionados por elevados níveis de liquidez. Ainda assim, o interesse irá concentrar-se em ativos em localizações prime, com contratos bons e inquilinos sólidos, por oposição a ativos mais periféricos, ou com um perfil de rendimento menos estabilizado.