Promoção será crucial para combater a falta de oferta de produto imobiliário no país.
O “apetite” para a aquisição de terrenos e ativos de desenvolvimento em Portugal está a crescer e a aproximar-se dos níveis pré-Covid, incluindo quer players nacionais quer internacionais, projetos em vários segmentos e com várias escalas, alicerçados numa elevada procura por parte dos utilizadores finais. Esta é uma das conclusões do estudo, segundo o qual a promoção imobiliária será um dos setores mais promissores em 2022.
Há uma falta estrutural de oferta que é transversal a todo o setor imobiliário e, por isso, necessário resolver para que o mercado cresça. Na habitação o stock aumentou apenas 1,9% na última década, o que corresponde a cerca de 108.500 fogos, ou seja, menos do que se vendeu este ano. Em estudos recentes é traçado um retrato do mercado residencial do país, e que revela um crescimento de apenas 5,88 para 5,96 milhões de casas entre 2011 e 2021.
Nos alternativos, por seu lado, estima-se uma carência de 20.000 camas para residências de estudantes, enquanto nas residências seniores um estudo dá nota da necessidade adicional de 17.000 camas. Para não falar no setor de industrial e logística, onde a oferta é dominada por áreas obsoletas, o que acabou por travar a absorção. Os escritórios também se debatem com a falta de produto para ocupação imediata, mas é um dos segmentos onde a nova oferta está já mais desenvolvida, com cerca de 173.000 metros quadrados (m2) em construção até 2023.
Sustentabilidade, uma nova exigência (e um desafio)
De acordo com o estudo, e no que se refere à promoção de novos produtos imobiliários, os critérios de sustentabilidade vão estar cada vez mais presentes na procura e os promotores não poderão minorar estas questões. Isso será transversal aos imóveis de uso comercial, como os escritórios ou o industrial e logística, mas também na habitação e nos segmentos alternativos.
Os consumidores finais, sejam empresas ou particulares, vão ser cada vez mais exigentes com estas questões da sustentabilidade e isso vai ser um novo desafio para o setor imobiliário. Inclusive no investimento, onde o stock elegível será aquele que cumprir os requisitos de sustentabilidade, sociais e de governança. O financiamento de operações e imóveis estará igualmente condicionado pelas normas da Taxonomia da União Europeia. Os ativos que não os cumprirem vão sair do mapa dos investidores, ou então serão adquiridos com descontos significativos.